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Prefeitura afasta médico responsável pelo atendimento de bebê que morreu após fortes dores no abdômen em Itapetininga


Em nota enviada ao g1, a Prefeitura de Itapetininga informou que a direção do HLOB determinou o afastamento imediato e sem remuneração do médico responsável. Família denúncia negligência de hospital após morte de criança de 18 meses em Itapetininga (SP)

Arquivo pessoal

O médico responsável pelo primeiro atendimento de Matteo Luiz Mariano Lanfredi Calejuri no Hospital Léo Orsi Bernardes (HLOB) foi afastado neste sábado (19), segundo a prefeitura de Itapetininga (SP). O bebê, de um ano e seis meses, morreu após ir duas vezes à unidade em busca de atendimento (entenda o caso abaixo). A família registrou um boletim de ocorrência alegando suposta negligência médica.

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Em nota enviada ao g1, a prefeitura afirma que, após solicitar esclarecimentos à gestão do hospital, foi constatado que a ala pediátrica estava com apenas 40% da capacidade ocupada e toda a equipe médica estava disponível para atendimentos.

Por conta disso, o HLOB determinou o afastamento imediato e sem remuneração do médico responsável. Uma apuração interna foi instalada para investigar o ocorrido.

Ainda conforme a nota, a prefeitura diz que se solidariza com a família da criança e reitera que não medirá esforços para a completa elucidação do ocorrido.

Entenda o caso

No boletim de ocorrência, a possível causa da morte de Matteo Luiz Mariano Lanfredi Calejuri seria apêndice aguda e choque séptica, segundo o médico que realizou o atendimento no pronto-socorro

Arte/g1

O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pela família. Segundo o documento, Matteo deu entrada no hospital na manhã de quarta-feira (16), realizou exames e foi liberado pelo médico para retornar para casa.

Ainda de acordo com o registro, mesmo após a alta, a criança continuava se queixando de dores, sem apresentar melhora. Diante da piora, a família retornou com o menino ao pronto-socorro durante a noite.

Segundo relato do pai, a médica plantonista avaliou os exames realizados no primeiro atendimento e, imediatamente, acionou o pediatra de plantão para que comparecesse ao hospital e encaminhou a criança à emergência.

À polícia, o pai diz que a médica demonstrou preocupação com o quadro clínico de Matteo. Entre os sintomas apresentados pela criança estavam coloração azulada da pele (cianose), baixa resposta a estímulos (hiporresponsividade), abdômen distendido, taquicardia, presença de secreção com odor fecal, além de histórico de dois dias sem fazer cocô, vômitos e febre.

O bebê não resistiu e morreu. A causa da morte informada inicialmente à família, segundo um dos médicos, teria sido apendicite aguda e choque séptico.

Família denúncia negligência de hospital após morte de criança no interior de SP

Nas redes sociais, a tia do menino publicou um vídeo relatando a indignação da família. "Não pode ficar impune... Ele quer ouvir o choro de uma mãe, o desespero de um pai... Tendo que fazer um boletim de ocorrência de madrugada?".

O corpo de Matteo foi liberado na tarde de quinta-feira (17). O velório do menino começou ainda pela tarde e o sepultamento ocorreu às 17h, no Cemitério Vale da Paz, em Itapetininga.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que caso foi encaminhado ao 1º Distrito Policial e que a denúncia apresentada pela família será investigada para esclarecer as circunstâncias da morte da criança. "Outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial".

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