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Após prisão de vereadora, Câmara de Teresina aprova instalação de comissão para avaliar possíveis violações


Órgão deverá debater situações como a de Tatiana Medeiros, do PSB, que foi presa pela PF e afastada do cargo suspeita de ter tido a campanha financiada por uma facção criminosa. Vereadores da Câmara de Teresina aprovam instalação de comissão de ética

Eric Souza/g1

A Câmara Municipal de Teresina aprovou por unanimidade, na manhã desta terça-feira (8), a instalação da Comissão de Ética da legislatura 2025-2028. A criação da última comissão permanente da Câmara na nova legislatura foi aprovada por meio de um requerimento de urgência apresentado pelo vereador Pedro Alcântara (Progressistas).

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A comissão deve avaliar possíveis violações de normas internas por parlamentares da Casa, como a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa pela Polícia Federal e afastada do cargo suspeita de ter tido a campanha financiada por uma facção criminosa. Os vereadores podem recomendar penalidades como advertências, suspensão ou até a perda do mandato.

Há a possibilidade de que a presidência e a vice-presidência da comissão sejam assumidas pelos vereadores Samantha Cavalca (Progressistas) e James Guerra (Avante), mas as funções e a composição ainda serão definidas.

"Desde o início [do mandato] estou pedindo que essa comissão se instale e, agora, precisamos nos encontrar com os membros para acompanhar [os casos]. Todo mundo tem o direito democrático de ter todo um processo legal garantido", afirmou a vereadora do Progressistas.

O presidente da Câmara, vereador Enzo Samuel (PDT), rebateu as acusações de que os vereadores estejam "com medo" de se manifestar sobre o caso de Tatiana Medeiros. Ele ressaltou que os parlamentares estão se comportando de forma tranquila e responsável em relação à investigação.

Enzo também confirmou que a Casa já consultou a Justiça Eleitoral para definir se pode convocar o suplente da vereadora e o que fazer a respeito do salário e dos demais funcionários do gabinete dela.

"O afastamento da vereadora não foi motivado pela Câmara, mas pela Justiça. Então, para agir dentro da legalidade, vamos aguardar a Justiça se manifestar e a gente vai cumprir", garantiu o presidente.

O primeiro suplente do PSB, partido de Tatiana, é o professor Leôndidas Júnior. Procurado pelo g1, ele não quis comentar o assunto.

Enquanto o suplente não assumir e a vereadora não for cassada e perder o mandato, a Câmara da capital, composta por 29 vereadores, ficará com um parlamentar a menos.

Vereadora presa

Tatiana Medeiros, vereadora de Teresina pelo PSB

Reprodução/Instagram

A vereadora Tatiana Medeiros foi presa pela Polícia Federal, na última quinta-feira (3), suspeita de ligação com uma facção criminosa atuante em Teresina. Ela passou por audiência de custódia na sexta-feira (4) e teve a prisão mantida pela Justiça Eleitoral.

Por ser advogada, Tatiana está detida no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí (PMPI), na Zona Sul da capital. Ela é investigada pelos crimes de compra de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em âmbito eleitoral.

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Além do afastamento do cargo de vereadora, o TRE-PI proibiu que ela e outros dois investigados – uma ex-assessora parlamentar e o padrasto de Tatiana, Stênio Ferreira – frequentam os locais em que trabalhavam e mantenham contato com os servidores da Câmara, da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi).

Em coletiva de imprensa na quinta, o advogado da vereadora, Édson Araújo, afirmou que considera a decisão "completamente arbitrária" e ressaltou que Tatiana não cumpre os requisitos para ser presa preventivamente.

Tatiana fez a estreia na política em outubro de 2024, quando foi eleita para o primeiro mandato na Câmara de Teresina com 2.925 votos. A parlamentar é natural da capital piauiense e atua também como advogada e filantropa na ONG Vamos Juntos, que teve as atividades suspensas pela Justiça.

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