Técnica tornar as plantas mais resistentes às condições climáticas adversas geradas pelos impactos climáticos. Agricultura brasileira está na liderança mundial no uso de bioinsumos
A agricultura brasileira está na liderança mundial no uso de insumos orgânicos. Essa técnica busca na natureza respostas para alguns dos problemas mais comuns na produção rural.
Na fazenda de Alex Borghetti, localizada em Alvorada (TO), produz-se soja e milho. A propriedade aposta na bioinovação e hoje associa o uso de insumos tradicionais, de base química, com os chamados bioinsumos, que têm fórmulas naturais.
A combinação ajuda a proteger as lavouras contra uma série de pragas, como os insetos.
“Hoje em dia, a maioria dos químicos consegue eliminar esses insetos através de contato, né, e biológico. Hoje, ele vem para ajudar nisso. Ele quer um residual, ele quer que ele fique atuando na planta por mais tempo e fazendo esse controle biológico”, explica o agricultor.
Agricultura brasileira lidera uso de bioinsumos
Reprodução/Globo
Os produtos biológicos promovem a biodiversidade, têm ação prolongada e são menos dependentes de insumos fósseis, segundo pesquisadores. Eles podem tornar as plantas mais resistentes às condições climáticas adversas geradas pelos impactos climáticos.
O laboratório da Embrapa, em Palmas, desenvolve parte dessas pesquisas em parceria com empresas privadas. A parceria já colocou vários bioinsumos no mercado.
Os pesquisadores encontraram bactérias em cactos, por exemplo, e a partir delas desenvolveram uma solução que deixa os grãos mais resistentes a longos períodos de estiagem.
"A água é o nosso insumo mais caro, mais importante para a lavoura, e ter plantas que conseguem resistir mais em épocas ou em situações e regiões em que a água está em falta, num período de déficit hídrico, é fundamental para o sucesso da agricultura", afirma Rodrigo Veras, pesquisador da Embrapa.
Os produtos podem ser baseados em microrganismos, extratos vegetais e até mesmo insetos benéficos.
"Eu acredito que é uma técnica, uma ferramenta de enorme potencial, que se alia bem com outras ferramentas, que não tem o efeito de contaminação, de poluição extremamente baixo ou inexistente e que é altamente eficiente para resolver diversos tipos de problemas que nós temos na agricultura", completa Veras.
As estimativas mais recentes apontam que o mercado de bioinsumos movimenta US$ 15 bilhões por ano e que o valor deve chegar a US$ 45 bilhões nos próximos sete anos. A agricultura brasileira está na dianteira dessa revolução.
"O Brasil, este ano, no ano de 2025, já vai ser líder mundial no uso e na aplicação de produtos de base biológica, os biômetros. Então, essa tendência no Brasil tem uma taxa de crescimento, por exemplo, quatro vezes superior à da União Europeia", explica Marcos Pupin, diretor de Assuntos Regulatórios e Científicos da ABBI.
"O Brasil, diferentemente de outros países, está adotando os insumos em culturas de larga escala. Enquanto o resto do mundo prioriza o uso de bioinsumos em áreas mais controladas, como casas de estufa, de vegetação, no caso brasileiro temos usado em larga escala, como na soja, no milho, no algodão, na cana-de-açúcar, no café. Então, essa é uma característica que diferencia o Brasil do resto do mundo”, conta Eduardo Leão, diretor-presidente da CropLife Brasil.
Cristiano Forte, consultor em diversas fazendas, prevê que a tendência vai se consolidar ainda mais entre os produtores.
"O biológico veio para ficar e não tem como fugir dele, não. Ele vai ser, assim, de momento, uma mistura dos dois, né, para mais tarde eu acho que aí já vai virar para ele mesmo", afirma.
laboratório da Embrapa, em Palmas, desenvolve parte dessas pesquisas em parceria com empresas privadas
Jornal Nacional
LEIA TAMBÉM
Polícia do RS facilita pedidos de medida protetiva após registrar seis feminicídios em 24h; veja o que muda